30.9.07

Eu já fui criança

Dia desses uma criança teve a oportunidade de explorar o apartamento em que resido. Infelizmente nunca tive muita proximidade com bebês, o que não fará eu ter noção da idade da criança, mas por palpite diria 1 ano e meio no máximo. E me encantou a curiosidade dela... a sede pelo novo! Tudo era novo e belo! Ficou prolongado tempo analisando e tentando abrir uma torneira do registro, que ficava a altura de suas pequenas mãos, sem medo algum. Tá certo que era só uma torneira... mas e se ao girar ela a casa inundasse? Quer dizer, ela não mede a conseqüência de seus atos, provavelmente por se sentir extremamente protegida por seus pais... nenhum mal pode acomete-la perto deles, certo? Certo! - diria ela.

Mas um dia ela vai por o dedo numa tomada e levar um choque, e ter memória suficiente pra lembrar disso, e que seus pais foram incapazes de evitar o choque (que decepção!). E agora qualquer coisa que se assemelhar a uma tomada vai alerta-la do perigo do choque. Começa assim, com coisas físicas... e depois ela vai começar a sentir medo das pessoas, sentir medo de si mesma e de toda e qualquer atitude que um dia irá tomar.

Por que tem que ser assim? Por que o medo vai nos engolindo e nos impedindo de viver como queriamos? Toda e qualquer escolha começa a passar por um rigoroso critério de avaliação, e no final de nossas vidas vamos perceber que a avaliação não precisava ter sido assim tão rigorosa, nem com tantos critérios. Não deviamos nos preocupar tanto com as conseqüências das nossas escolhas... afinal, as conseqüências passam... os momentos ficam.

6.9.07

Racional, demasiado racional

Sempre fui demasiado racional. Um ser metódico, sempre em busca da certeza.
E nessa busca, aprendi algumas coisas. Aprendi que é inútil ter certeza. Aprendi que a convicção se forma.
Aprendi, mas não aceitei. Continuo demasiado racional. E isso me irrita.
Nessa busca o que encontrei foram desilusões e sofrimentos...
Vivo em um mundo de incertezas e procuro o que não se encontra por aqui.
Mas continuo cavando o mesmo buraco, esperando encontrar água lá no fundo. Teimosia ou burrice? Seja qual for, é perda de tempo.
Quem sabe um dia... aceitará o incerto e deixará a convicção tomar conta do resto... vai saber.