19.1.08

Rotina em pedaços

Era mais uma madrugada em que ele lutava contra a insônia. A arma para vencê-la ele tinha: o cansaço. Mas parecia não estar surtindo o efeito esperado, a insônia estava sabendo se defender. O celular repousava ao lado do travesseiro como de costume, com o horário pré-estabelecido para despertar. Passava das duas quando viu o horário pela última vez. Ele evitava ver as horas novamente por dois motivos: não queria ver que tinha menos tempo para dormir e tampouco queria a luz do celular penetrando nos seus olhos fatigados.

Não saberia dizer quando, mas adormeceu. E num susto repentino, acordou com a agitação do celular. Nunca na sua vida desejou tanto receber uma ligação na madruga. Acreditou piamente nessa hipótese por um tempo equivalente a diferença do primeiro e segundo colocados da corrida olímpica de 100 metros rasos. 6:20. Sim, o relógio já marcava aqueles números malditos, que lhe acordavam todos os dias, pontualmente.

Estranhamente ele parecia mais acordado do que após uma boa noite de sono. Aparências enganam, pensava ele. Seguiu seu ritual matinal. Não sabia dizer com que pé acordou, botou sua calça, meias e seus tênis. Caminhou até o banheiro tateando as paredes e usou seu desodorante. Em seguida voltou para o quarto e escolheu uma camisa. Foi até a cozinha preparar seu copo de leite e ao sair olhou para o teto. A luz solar que entrava da varanda e inundava a cozinha em todo seu ambiente nunca lhe permetia saber se ele havia ou não ligado a lâmpada. Por fim, voltou ao banheiro e escovou os dentes.

Já estava atrasado. Deu uma olhada geral na casa, pegou seus apetrechos e por último botou as chaves no bolso direito. Aquele dia não havia começado muito bem, mas era um dia diferente. Até que ponto era díficil mensurar, mas pelo menos começara de forma diferente. Semelhante, porém diferente.

6.1.08

Só no pensamento

Queria poder escrever. Queria.
E talvez fosse um momento propício a ter muita inspiração, mas penso muito e não saio do lugar.
Desenvolver uma idéia perdida do passado? Não.

Saber se estou certo e errado é impossível mensurar. Agora.
Decidi então que tudo é certo. Não existem erros e não existem defeitos. São somente formas de se diminuir.
Tudo está certo, sempre esteve. E talvez essa seja uma teoria muito conveniente se tratando do lugar que me encontro. Mas não é, não pode ser. E convencer-me disso faz bem.
Penso, penso... penso. Maldito ser racional.